sábado, 2 de fevereiro de 2008

Roteiro para a realização de Programa de Coleta Seletiva

















Um Programa de Coleta Seletiva não é tarefa difícil de realizar, porém é trabalhoso, exige dedicação e empenho, pois engloba pelo menos três etapas:
planejamento, implantação e manutenção, todas com detalhes muito importantes.

O primeiro movimento é verificar a existência de pessoas interessadas
em fazer esse trabalho. Uma pessoa só não consegue arcar com tudo por muito
tempo, pois uma das principais razões para o sucesso de programas desse tipo é a
participação e o envolvimento do maior número de pessoas. Formado um grupo
(3 ou 4 já são suficientes), o próximo movimento é reuni-las em grupo, e mãos à
obra!

É importante desde o início ir informando sobre os passos que estão
sendo dados e sempre convidar os demais para participar, utilizando-se para isso
formas costumeiras de organização (reuniões de professores, APM, condôminos,
etc.)

PRIMEIRA ETAPA: PLANEJAMENTO

1. Conhecendo um pouco o lixo do local:
• Quantidade diária gerada (pode ser em peso ou volume)
• De que materiais o lixo é composto e suas relativas proporções (quanto de lixo
orgânico, papel, alumínio, plásticos, outros metais, vidro, etc.)

• Qual caminho que o lixo faz: desde onde é gerado até onde é disposto para a
coleta geral.
• Identificar se há materiais já coletados separadamente, se sim, para onde são
encaminhados.

2. Conhecendo as características do local
• Instalações físicas (local para armazenagem, locais intermediários, etc.)
• Recursos materiais existentes (tambores, latões e outros que possam ser
reutilizados)
• Quem faz a limpeza e a coleta normal do lixo, e como ela é feita (quantas
pessoas tem, freqüência)

3. Conhecendo um pouco o mercado dos recicláveis
• Preços: podem ser observados através do boletim do CEMPRE
• Compradores: pode-se iniciar a pesquisa pela lista do CEMPRE (disponível na
Internet), lista do Instituto Gea, por um pequeno estudo do que existe disso no
bairro e por uma consulta às Páginas Amarelas (sucatas, papel, aparas, etc.)
• Doação: uma opção para quem vai implantar a coleta seletiva é encaminhar os
materiais para associações que vendem ou reaproveitam. Assim, é bom ter uma
lista desses interessados à mão: o Instituto GEA tem uma lista e esta pode ser
complementada fazendo uma pesquisa pela região, pois há muitas entidades
beneficentes que aceitam jornais, revistas, vidros, etc.

4. Montando a parte operacional do projeto

Com todos esses dados, já está na hora de começar a planejar como
vai ser todo o esquema. Sabendo-se as quantidades geradas de lixo por tipo de
material, as possibilidades de estocagem no local, os recursos humanos
existentes, etc. Pode-se decidir:
• Se a coleta vai ser de todos os materiais ou só dos mais fáceis de comercializar
• Se a coleta vai ser em um lugar só ou com pontos intermediários
(ex.: corredores, por andares etc.)
• Quem vai fazer a coleta
• Onde vai ser estocado o material, inclusive o recolhimento com a freqüência
necessária
• Para quem vai ser vendido e/ou doado o material
• Como vai ser o caminho dos recicláveis, desde o local onde é gerado até o local
da estocagem
• Recursos materiais necessários

Com toda a parte anterior definida pode-se:
• Fazer a lista do que precisa ser adquirido (o Instituto GEA tem a lista de
fornecedores de vários
materiais, com vários tipos de preços)
• Fazer a lista do que pode ser recuperado
• Fazer a lista do que precisa ser adaptado
• Fazer a lista do que mais precisa ser providenciado (placas sinalizadoras,
adesivos, etc.)

5. Educação ambiental

Esta parte também é essencial para o programa dar certo: envolve
todas as atividades de informação, sensibilização e mobilização de todos os
segmentos envolvidos.
• Primeiro passo consiste em listar os diferentes segmentos. Ex.: em uma escola
temos alunos, professores, funcionários da limpeza e do conselho administrativo,
pais, etc. Em um condomínio temos: moradores (jovens, crianças, adultos,
funcionários da limpeza, empregadas domésticas etc.)
• Segundo passo é pensar que tipo de informação cada segmento deve receber.
• Terceiro passo: pensando em cada segmento e nas informações que se quer
passar, PLANEJAR quais atividades elaborar para cada um, visando atingi-lo
com mais sucesso e objetivo. Entre as atividades usadas sugerimos algumas:
cartazes, palestras, folhetos, reuniões, festas, etc. Realizar uma variedade
grande de atividades sempre é melhor, pois atinge mais pessoas.
• Quarto passo é planejar a inauguração do programa: é hora de fazer alguma
comemoração, exposição, palestra, treinamento, etc. Fazer dessa data algo
marcante é algo que vale a pena e ajuda a alcançar muito mais gente.

SEGUNDA ETAPA: IMPLANTAÇÃO

1. Em função de todos os dados levantados já se pode passar para uma
previsão de quando lançar o programa. Deve-se levar em conta todos os
materiais educativos/informativos, que precisam ser elaborados, tudo o
que precisa ser comprado e / ou adaptado, reformado, etc.
2. Divisão dos trabalhos: nessa fase, como aparecem várias tarefas, contatos,
etc, que precisam ser feitos, é muito importante dividir os afazeres. Assim,
o acerto com os sucateiros, a elaboração dos materiais educativos, a
compra dos materiais, o treinamento do pessoal de limpeza, a organização
da inauguração do programa são tarefas executadas mais facilmente com a
divisão de trabalho.
3. Acertos finais: pode-se resolver o que está pendente e finalmente, partir
para a inauguração.
4. Inauguração do programa: esta deve ser muito divulgada e ter sempre uma
característica alegre, de festa, mas também, onde as informações principais
possam ser repassadas.

TERCEIRA ETAPA: MANUTENÇÃO

• Acompanhamento e gerenciamento da coleta, do armazenamento, venda e/ou
doação dos materiais.
• Levantamento das quantidades coletadas, se possível até setorizado.
• Atividades contínuas de informação, sensibilização e incentivos; importantíssimo
repassar os resultados, retomar os objetivos, etc. Jornais, palestras, reuniões,
gincanas, cartazes são instrumentos que devem ser utilizados.
• Balanço do andamento e resultado do programa.


www.institutogea.org.br

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