quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Um ciclo fechado com óleo de fritura

Um projeto de ciclofechado, envolvendo o McDonald’s e a empresa de logística Martin-Brower, entrou em ação recentemente. Por meio dele, o óleo utilizado nos restaurantes da rede no Brasil é transformado em biocombustível para abastecer caminhões. O toque final fica por conta do fato de que os veículos a serem abastecidos – da Martin Brower – são os mesmos que entregam os produtos para a rede de fast-food.


Assim, a produção de biocombustível fecha de ponta a ponta: os veículos da Martin-Brower que fazem o abastecimento do McDonald’s testam biocombustível produzido a partir do óleo de cozinha utilizado nos próprios restaurantes. O óleo recolhido no momento da entrega passa pela sede da Martin-Brower, em Osasco (SP), onde é armazenado e enviado à usina da SP BIO, que faz o processo de transformação em biodiesel.

Já foram realizadas três fases de testes. Hoje, cinco caminhões da empresa rodam pelo país com esse combustível.

A perspectiva de abastecimento é grande, já que, ao ano, os restaurantes da rede McDonald’s utilizam aproximadamente três milhões de litros de óleo de cozinha para a fritura de batatas e empanados.

Esse volume, quando destinado para a reciclagem em combustível, poderá abastecer com biodiesel toda a frota de caminhões da Martin-Brower que atende a rede no país.

domingo, 16 de março de 2008

Exposição em Brasília abre campanha para reduzir consumo de embalagens





Por Grace Perpetuo, do MMA

Foi aberta hoje (10/3), no Pátio Brasil Shopping, em Brasília, a exposição Boas Práticas e Inovações em Embalagens, que marca o lançamento da campanha Consumo Consciente de Embalagens, do Ministério do Meio Ambiente. Com a iniciativa, o ministério pretende fazer com que o consumidor reflita sobre os muitos invólucros dos produtos que consome no dia-a-dia. A exposição coincide com a Semana do Consumidor e será encerrada no sábado (15/3).

Durante a exposição, materiais reciclados e novas tecnologias serão apresentadas ao consumidor, que será instigado a prestigiar as empresas preocupadas com o meio ambiente e a demandar do mercado que novas alternativas e soluções sejam empregadas em larga escala. Haverá também distribuição de materiais informativos sobre o tema e apresentações de iniciativas que privilegiam o uso racional de embalagens, além do lançamento de um site sobre seu consumo consciente.

"A idéia é levar o consumidor a avaliar a quantidade de embalagens que ele leva ao comprar um produto" e, assim, a decidir se, de fato, precisa de todas elas", diz a técnica em consumo sustentável do Departamento de Economia e Meio Ambiente do MMA, Fernanda Daltro. Ela ressalta que é preciso avaliar a embalagem tendo em mente alguns critérios: se é reciclável, se pode ser reutilizada, se é feita de material reciclado e qual o consumo de energia e matéria-prima empregados para fabricá-la, por exemplo. "Para reduzir a quantidade de lixo gerado, é importante que o consumidor dê preferência a produtos com refil, com embalagens retornáveis; que use sacolas retornáveis, por exemplo; e que recuse as de plástico, quando desnecessárias", diz Fernanda. "É preciso entender que o volume de resíduos que geramos aumenta mais rapidamente que a taxa de resíduos reciclados", reitera.

No MMA, a campanha Consumo Consciente de Embalagens envolve, além do Dema, o Departamento de Ambiente Urbano e o Departamento de Qualidade Ambiental na Indústria, além de contar com parceiros do governo, da sociedade civil e do setor privado. Entre as empresas a participarem da exposição Boas Práticas e Inovações em Embalagens estão a Biocycle; a Biomater; a Coca-cola; a Nobelpack; a Novel; a Abividro; a Wal-Mart; a Surya; o Pão de Açúcar; e o Sistema Transvoll.

(MMA)

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Técnica transforma entulho em material de construção com alto valor agregado

A partir do entulho produzido na construção civil, pesquisa da Escola Politécnica (Poli) da USP obteve areia reciclada, que poderá ser utilizada em argamassas aplicadas em acabamentos finos. A técnica desenvolvida pela engenheira Carina Ulsen, no Laboratório de Caracterização Tecnológica da Poli, pode permitir a obtenção de materiais com alto valor agregado, contribuindo para a sustentabilidade da construção civil no Brasil.

“Utilizando equipamentos de mineração, o método otimiza a produção de areia e brita recicladas de baixa porosidade”, aponta Carina. Ela explica que no entulho da construção civil a rocha geralmente está contaminada por pasta de cimento, que possui alta porosidade e baixa resistência, o que torna o agregado reciclado inadequado para concreto estrutural. “Já a areia pode ter solo como contaminantes, tornando-a inapropriada para argamassa.”

Na pesquisa, os materiais foram separados conforme suas características físicas e químicas, atendendo as exigências de cada aplicação na construção civil. “O processo é realizado de forma eficiente e segura e atende os requisitos das normas técnicas”, acrescenta a engenheira. “Trabalhamos com amostras bastante diversificadas, obtidas em aterros de São Paulo (SP), Macaé (RJ), Rio de Janeiro (RJ) e Maceió (AL), o que comprovou a eficiência do método independente da origem do resíduo”.

Mercado

A próxima etapa dos estudos será o levantamento de custos e a adaptação do projeto para implantá-lo em escala comercial. Segundo o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), o consumo de matéria-prima de origem Mineral (agregados) no Brasil é de 400 milhões de toneladas por ano, enquanto que a geração de resíduos da construção civil e demolição (RCD) é de aproximadamente 70 milhões de toneladas anuais. “Considerando somente a fração mineral do entulho, de 75% a 90% do volume total, a reciclagem do RCD como agregados poderia atender até 17% do mercado”, calcula a pesquisadora.

Estima-se que cerca de 20% dos RCD produzidos no Brasil sejam depositados em aterros ilegais, nas margens de rios, córregos, estradas ou em terrenos baldios. “Nossa expectativa é que essa pesquisa contribua para a sustentabilidade do setor de construção civil, de modo a diminuir a extração de bens minerais não renováveis e as áreas de deposição dos resíduos”, prevê Carina. Os estudos com areia reciclada fazem parte da tese de doutorado da engenheira, em fase de elaboração na Poli.

Os pesquisadores da Poli também já obtiveram do entulho de construção civil areia e brita para aplicações em concreto armado, com características superiores ao agregado reciclado atualmente empregado para pavimentação. O desenvolvimento faz parte de um projeto multidisciplinar dos departamentos de Minas e Petróleo e de Construção Civil, envolvendo outras instituições de pesquisa, tais como o Centro de Tecnologia Mineral e a Universidade Federal de Alagoas (Ufal). As pesquisas são custeadas pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e pelo Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes).

(Com informações da Assessoria de Imprensa e Comunicação da Poli)

Mais informações: (0XX11) 3091-5151, com Carina Ulsen. Pesquisa orientada pelo professor Henrique Kahn


(Agência USP)

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Consumo, descarte e riqueza


Por Fabio Reynol, da ComCiência

Mais da metade da produção mundial de lixo urbano pertence aos cidadãos dos países desenvolvidos. A cada ano, 2,5 bilhões de fraldas são descartadas pelos britânicos, 30 milhões de câmeras fotográficas descartáveis vão para os lixos japoneses e 183 milhões de lâminas de barbear, 350 milhões de latas de spray e 2,7 bilhões de pilhas e baterias são destinadas aos lixões norte-americanos. Até as indústrias da fatia mais rica do planeta são campeãs na geração de rejeitos. Estima-se que para cada cem quilos de produtos manufaturados nos Estados Unidos, são criados 3.200 quilos de lixo. A organização indiana Centre for Science and Environment (CSE), que levantou esses dados, chegou à conclusão de que os países ricos são melhores produtores de lixo do que propriamente de bens de consumo. Os números também revelam uma faceta do sistema produtivo moderno: a quantidade de lixo produzida está diretamente associada ao grau de desenvolvimento econômico de um país. Quanto mais abastada, mais lixo a nação produz. Não é por acaso que o país mais rico do mundo, os Estados Unidos, lidera o ranking dos maiores geradores de lixo per capita do mundo, ostentando a média de quase meia tonelada de rejeitos por habitante a cada ano.

Parte da explicação desse problema está no desequilíbrio entre os povos na participação dos mercados de consumo. O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) já havia levantado em 1998, em seu último relatório sobre consumo mundial, que só 20% da população do planeta é responsável por 86% dos gastos com o consumo individual. O PNUD apurou ainda que 45% das carnes e peixes consumidos no mundo vão para os pratos desse um quinto mais rico da população, o mesmo que se utiliza de 58% da energia do planeta. Do outro lado, 60% das 4,4 bilhões de pessoas que habitam os países em desenvolvimento vivem sem saneamento básico, 20% mora em habitações precárias e um terço delas não tem nem água potável. Situações sociais tão díspares também resultam em impactos diferentes sobre o meio ambiente, e os resíduos sólidos, a que comumente chamamos de lixo, estão entre eles.

O ambientalista Alan Thein Durning, diretor executivo da Norwest Environment Watch, uma ONG norte-americana, associou o consumo crescente das nações ricas aos principais problemas ambientais do planeta. Em seu livro How much is enough? The consumer society and the future of the earth (Quanto é o bastante? A sociedade de consumo e o futuro da terra), Durning dividiu o mundo em três grupos de consumo, de acordo com o impacto ambiental produzido por cada um. No topo da pirâmide, segundo o autor, está 1,1 bilhão de pessoas que andam de carro e avião, abusam dos produtos descartáveis e consomem muita comida embalada e processada. No meio, situa-se a maior parcela da população, com 3,3 bilhões de pessoas que andam de ônibus ou bicicleta, mantém um consumo frugal e se alimentam de produtos e grãos produzidos localmente. Por fim, 1,1 bilhão de indivíduos que andam a pé e não têm acesso às condições mínimas para manter a própria saúde, vivem com uma dieta irrisória de grãos e água não-potável. O estudo de Durning conclui que a fatia mais rica do globo é, de longe, a mais poluidora.

Além da quantidade, a qualidade do lixo também pode identificar o grau de riqueza de seu produtor. O papel descartado, por exemplo, poderia ser um fiel indicador de desenvolvimento econômico de uma nação, segundo dados publicados pelo periódico britânico The Economist. Nos países de baixa renda, de acordo com a publicação, o papel responde por apenas 2% do lixo; nos de renda média, o percentual sobe para 14%; e nas nações ricas, os derivados da celulose chegam a impressionantes 31%, quase um terço da montanha de lixo. Com os restos orgânicos de origem vegetal, ocorre o oposto. Na parte mais favorecida do planeta, esse lixo equivale a 25% do total; nas regiões de riqueza intermediária ele fica em 47% e onde há mais pobreza esse descarte chega a ser 52% dos rejeitos.

O lixo dos pobres e dos ricos

As diferenças entre as classes sociais na produção dos resíduos sólidos são percebidas também em escalas menores. De setembro a dezembro de 2003, a geóloga Maria de Fátima da Silva Nunesmaia, da Universidade Estadual de Feira de Santana, na Bahia, coordenou uma pesquisa que contou com a ajuda da Empresa de Limpeza Pública de Salvador (Limpurb). O grupo de Nunesmaia analisou, nesses três meses, a composição do lixo doméstico produzido pela população da capital baiana. Entre as principais diferenças encontradas entre o lixo dos mais ricos (renda familiar acima de 15 salários mínimos) e o dos desfavorecidos (renda de até cinco salários mínimos) está o percentual de resíduos orgânicos. Enquanto os soteropolitanos mais abonados têm 50% de material orgânico em seu lixo, nas camadas mais pobres essa parte representa 57%, em média. No descarte de papel e papelão, os ricos costumam ter percentualmente o dobro do montante de seus conterrâneos mais pobres, 7,28% contra 3,56%, respectivamente. Apesar do estudo minucioso, a geóloga admite que boa parte do lixo, especialmente o das classes mais ricas, pode ter sido recolhida pelos catadores antes de chegar às mãos dos pesquisadores. Uma hipótese que se reforça ao olharmos a participação dos resíduos sólidos na economia nacional.

O lixo é fonte de renda direta para mais de meio milhão de brasileiros que atuam como catadores. Foi o que apuraram as psicólogas Luiza Ferreira Medeiros e Kátia Barbosa Macedo, da Universidade Católica de Goiás. Em seu trabalho “Catador de material reciclável: uma profissão para além da sobrevivência”, publicado em 2006 na revista Psicologia & Sociedade, as duas colocam os catadores na chamada “inclusão social perversa”, uma maneira de mascarar a exclusão social de que eles são vítimas. Isso acontece porque muitos autores associam a exclusão social ao desemprego. O catador de lixo, no entanto, trabalha sem ter um emprego e assim é visto como alguém inserido na sociedade, quando, na verdade, ele pertence a uma categoria que está bem longe de gozar dos direitos e até dos tratamentos dispensados aos demais trabalhadores. Segundo a mesma pesquisa, as idéias negativas relacionadas ao lixo como algo sujo, inútil e digno de descarte são estendidas também aos catadores para os olhos de boa parte da sociedade, o que alimenta os preconceitos.

A cientista política Vanessa Baird, na Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, resume em uma frase as relações que as sociedades mantêm com os catadores de lixo: “A sociologia do lixo é simples, o rico produz e o pobre trabalha com ele. O rico que o gera é considerado ‘limpo', e o pobre que o recolhe é considerado ‘sujo'”, alfinetou a pesquisadora na publicação New Internationalist. Essa lógica discriminatória e preconceituosa foi confirmada por uma pesquisa brasileira realizada na Universidade Federal de Alagoas. Ao entrevistar catadores de lixo para a pesquisa intitulada “Lixo, trabalho e cidadania”, a socióloga Paula Yone Stroh e a geógrafa Michela de Araújo Santos coletaram o seguinte depoimento de uma catadora: “Quando a gente diz que é catador de lixo, muita gente acha que a gente é sujo... até se a gente pedir um copo d'água, e receber um caneco, quando a gente devolve a pessoa joga no mato. Já aconteceu isso comigo.”

Além de provocar esse estigma social, a reciclagem de lixo, da maneira como tem sido trabalhada, é considerada por alguns especialistas como mais um obstáculo ao desenvolvimento ambientalmente responsável da sociedade. Quem explica isso é o engenheiro sanitário Paulo Roberto Santos Moraes, da Universidade Federal da Bahia. “A mensagem que se ouve é a de que com a reciclagem o problema do lixo está resolvido, enquanto não há nenhum esforço para tentar reduzir a própria produção do lixo, que é a origem do problema”, alerta o pesquisador ao revelar que tem detectado aumentos ano após ano na quantidade de lixo produzida sem que nada seja feito a respeito. Além disso, Moraes lembra que muitas vezes não são considerados os custos ecológicos da reciclagem como os gastos com água e energia demandados no processo e que podem acabar gerando um ônus ambiental maior do que se o material fosse enterrado num aterro.

E apesar de a reciclagem ajudar economicamente muita gente e reduzir consideravelmente o volume dos aterros, no Brasil ela tem desprezado a parte do lixo que mais causa impacto ambiental, a orgânica, segundo apurou Maria de Fátima Nunesmaia. “É o lixo orgânico que polui o solo, contamina cisternas e lençóis freáticos,” diz a pesquisadora. “Como a quantidade de material orgânico é maior nas classes menos favorecidas, o Brasil possui um grande volume desse tipo de lixo sendo descartado sem nenhum tratamento”, denuncia a geóloga. A especialista aponta o exemplo do Canadá, onde o lixo orgânico tem uma participação nos resíduos sólidos bem menor que no Brasil. Naquele país, comitês regionais são responsáveis pelo tratamento do lixo orgânico em mini-usinas locais de compostagem. “Éramos nós que devíamos fazer isso e dar o exemplo ao mundo”, lamenta Nunesmaia.

Brasil joga US$ 10 bi no lixo a cada ano

Com um índice nacional de 20% de reciclagem, o Brasil perde por ano o montante de US$ 10 bilhões por não recuperar todo o seu lixo. A conta foi feita pelo economista especialista em meio ambiente, Sabetai Calderoni, do Instituto Brasil Ambiente. “Não tem saída, os aterros ficarão cada vez mais caros a ponto se tornarem inviáveis a qualquer prefeitura”, acredita Calderoni. Segundo ele, uma prefeitura de uma cidade de 200 mil habitantes gasta, em média, R$ 8 milhões por ano com o transporte de lixo. Se ela reciclasse todos os resíduos sólidos, além de economizar os R$ 8 milhões, ainda ganharia R$15 milhões reciclando, inclusive o lixo orgânico. “Com a vantagem de que um centro de reciclagem tem uma área sete mil vezes menor que a de um aterro sanitário”, explica o economista. O problema é que a reciclagem não agrada a todos os setores da economia.

Há grandes corporações com interesses econômicos diretamente relacionados ao aumento da produção do lixo. “Basta lembrar que a maioria das companhias de limpeza pública terceirizadas cobram por tonelada de lixo coletada”, revela o engenheiro sanitário Paulo Roberto Moraes, da UFBA. Além disso, aterros sanitários controlados têm atraído investidores internacionais ao Brasil, de olho no mercado internacional de créditos de carbono (veja reportagem). Também há os fabricantes de embalagens que não se interessam, por motivos óbvios, em criar produtos retornáveis. Para todos esses ramos da economia, diminuir a quantidade de lixo representa ganhar menos dinheiro.

Se a superprodução já era prevista por Karl Marx como uma característica intrínseca do sistema capitalista, resta-nos uma pergunta perigosa: como o lixo também alimenta uma indústria rentável, a sua redução não seria uma contradição para o sistema produtivo moderno? “Lógico que é”, responde Moraes. “Interesses poderosos não deixaram que o Brasil tivesse até hoje uma política nacional de tratamento de resíduos sólidos. Os projetos de lei que abordaram a questão não foram adiante,” lamenta o engenheiro, para quem são necessárias mudanças educacionais e culturais em todos os níveis a fim de que o Brasil evolua nessa questão. O pesquisador recomenda as diretrizes básicas para que o capitalismo moderno não seja soterrado pelo seu próprio lixo: primeiro, devemos reduzir a produção de resíduos; segundo, reciclar o lixo que for produzido e, por fim, tratar o que não puder ser reaproveitado. Necessariamente nessa ordem.


Crédito de imagem: Sxchu
(Envolverde/ComCiência)

sábado, 2 de fevereiro de 2008

“Os perigos do plástico para nossa vida”


Cerca de 10 milhões de pessoas ao redor do mundo recebem diagnóstico de câncer anualmente.





Além disso, nos últimos sessenta anos, a contagem média de espermatozóides em alguns países caiu pela metade, enquanto a incidência de malformações do sistema reprodutivo masculino aumentou consideravelmente. Há suspeitas de que tais efeitos estejam relacionados à contaminação ambiental. O presente estudo divulga dados sobre os efeitos de determinados produtos químicos industriais na saúde de cobaias, animais selvagens e seres humanos. Esses materiais são suspeitos de atuarem como disruptores endócrinos – substâncias que causam distúrbios na síntese, secreção, transporte, ligação, ação ou eliminação de hormônios endógenos e, assim, com o metabolismo, alteram também a diferenciação sexual e a função reprodutiva. Bisfenol A, ftalatos, alquilfenóis, dietilestilbestrol, componentes de filtros solares, plásticos, detergentes e outros produtos industriais de amplo emprego são apontados na literatura como disruptores endócrinos.

Conclusões:: Os dados descritos evidenciam a necessidade de mudanças na legislação relativa ao controle do uso e à presença dos materiais sob suspeita. A avaliação dos potenciais tóxico, citotóxico e genotóxico como parâmetros de qualidade para águas de abastecimento e como requisitos para o registro de produtos industriais comercializados no mercado brasileiro deveria ser prevista em lei.

Leia a matéria na integra no endereço abaixo:
www.permear.org.br/2007/11/13/os-perigos-do-plastico-para-nossa-vida

Roteiro para a realização de Programa de Coleta Seletiva

















Um Programa de Coleta Seletiva não é tarefa difícil de realizar, porém é trabalhoso, exige dedicação e empenho, pois engloba pelo menos três etapas:
planejamento, implantação e manutenção, todas com detalhes muito importantes.

O primeiro movimento é verificar a existência de pessoas interessadas
em fazer esse trabalho. Uma pessoa só não consegue arcar com tudo por muito
tempo, pois uma das principais razões para o sucesso de programas desse tipo é a
participação e o envolvimento do maior número de pessoas. Formado um grupo
(3 ou 4 já são suficientes), o próximo movimento é reuni-las em grupo, e mãos à
obra!

É importante desde o início ir informando sobre os passos que estão
sendo dados e sempre convidar os demais para participar, utilizando-se para isso
formas costumeiras de organização (reuniões de professores, APM, condôminos,
etc.)

PRIMEIRA ETAPA: PLANEJAMENTO

1. Conhecendo um pouco o lixo do local:
• Quantidade diária gerada (pode ser em peso ou volume)
• De que materiais o lixo é composto e suas relativas proporções (quanto de lixo
orgânico, papel, alumínio, plásticos, outros metais, vidro, etc.)

• Qual caminho que o lixo faz: desde onde é gerado até onde é disposto para a
coleta geral.
• Identificar se há materiais já coletados separadamente, se sim, para onde são
encaminhados.

2. Conhecendo as características do local
• Instalações físicas (local para armazenagem, locais intermediários, etc.)
• Recursos materiais existentes (tambores, latões e outros que possam ser
reutilizados)
• Quem faz a limpeza e a coleta normal do lixo, e como ela é feita (quantas
pessoas tem, freqüência)

3. Conhecendo um pouco o mercado dos recicláveis
• Preços: podem ser observados através do boletim do CEMPRE
• Compradores: pode-se iniciar a pesquisa pela lista do CEMPRE (disponível na
Internet), lista do Instituto Gea, por um pequeno estudo do que existe disso no
bairro e por uma consulta às Páginas Amarelas (sucatas, papel, aparas, etc.)
• Doação: uma opção para quem vai implantar a coleta seletiva é encaminhar os
materiais para associações que vendem ou reaproveitam. Assim, é bom ter uma
lista desses interessados à mão: o Instituto GEA tem uma lista e esta pode ser
complementada fazendo uma pesquisa pela região, pois há muitas entidades
beneficentes que aceitam jornais, revistas, vidros, etc.

4. Montando a parte operacional do projeto

Com todos esses dados, já está na hora de começar a planejar como
vai ser todo o esquema. Sabendo-se as quantidades geradas de lixo por tipo de
material, as possibilidades de estocagem no local, os recursos humanos
existentes, etc. Pode-se decidir:
• Se a coleta vai ser de todos os materiais ou só dos mais fáceis de comercializar
• Se a coleta vai ser em um lugar só ou com pontos intermediários
(ex.: corredores, por andares etc.)
• Quem vai fazer a coleta
• Onde vai ser estocado o material, inclusive o recolhimento com a freqüência
necessária
• Para quem vai ser vendido e/ou doado o material
• Como vai ser o caminho dos recicláveis, desde o local onde é gerado até o local
da estocagem
• Recursos materiais necessários

Com toda a parte anterior definida pode-se:
• Fazer a lista do que precisa ser adquirido (o Instituto GEA tem a lista de
fornecedores de vários
materiais, com vários tipos de preços)
• Fazer a lista do que pode ser recuperado
• Fazer a lista do que precisa ser adaptado
• Fazer a lista do que mais precisa ser providenciado (placas sinalizadoras,
adesivos, etc.)

5. Educação ambiental

Esta parte também é essencial para o programa dar certo: envolve
todas as atividades de informação, sensibilização e mobilização de todos os
segmentos envolvidos.
• Primeiro passo consiste em listar os diferentes segmentos. Ex.: em uma escola
temos alunos, professores, funcionários da limpeza e do conselho administrativo,
pais, etc. Em um condomínio temos: moradores (jovens, crianças, adultos,
funcionários da limpeza, empregadas domésticas etc.)
• Segundo passo é pensar que tipo de informação cada segmento deve receber.
• Terceiro passo: pensando em cada segmento e nas informações que se quer
passar, PLANEJAR quais atividades elaborar para cada um, visando atingi-lo
com mais sucesso e objetivo. Entre as atividades usadas sugerimos algumas:
cartazes, palestras, folhetos, reuniões, festas, etc. Realizar uma variedade
grande de atividades sempre é melhor, pois atinge mais pessoas.
• Quarto passo é planejar a inauguração do programa: é hora de fazer alguma
comemoração, exposição, palestra, treinamento, etc. Fazer dessa data algo
marcante é algo que vale a pena e ajuda a alcançar muito mais gente.

SEGUNDA ETAPA: IMPLANTAÇÃO

1. Em função de todos os dados levantados já se pode passar para uma
previsão de quando lançar o programa. Deve-se levar em conta todos os
materiais educativos/informativos, que precisam ser elaborados, tudo o
que precisa ser comprado e / ou adaptado, reformado, etc.
2. Divisão dos trabalhos: nessa fase, como aparecem várias tarefas, contatos,
etc, que precisam ser feitos, é muito importante dividir os afazeres. Assim,
o acerto com os sucateiros, a elaboração dos materiais educativos, a
compra dos materiais, o treinamento do pessoal de limpeza, a organização
da inauguração do programa são tarefas executadas mais facilmente com a
divisão de trabalho.
3. Acertos finais: pode-se resolver o que está pendente e finalmente, partir
para a inauguração.
4. Inauguração do programa: esta deve ser muito divulgada e ter sempre uma
característica alegre, de festa, mas também, onde as informações principais
possam ser repassadas.

TERCEIRA ETAPA: MANUTENÇÃO

• Acompanhamento e gerenciamento da coleta, do armazenamento, venda e/ou
doação dos materiais.
• Levantamento das quantidades coletadas, se possível até setorizado.
• Atividades contínuas de informação, sensibilização e incentivos; importantíssimo
repassar os resultados, retomar os objetivos, etc. Jornais, palestras, reuniões,
gincanas, cartazes são instrumentos que devem ser utilizados.
• Balanço do andamento e resultado do programa.


www.institutogea.org.br

Placas PET

Olhe só que número impressionante: o Brasil joga fora a cada ano 4.700.000.000 garrafas PET, como essas de refrigerante. Isso mesmo: 4,7 bilhões de garrafas vão parar em lixões, boiar em nossas águas ou entupir bocas-de-lobo.






Apesar de ambientalistas apontarem a redução do consumo como a melhor saída, a reciclagem deste material é a solução que uma indústria catarinense de placas adotou para conciliar preocupação socioambiental com redução dos índices de furto.

A Sinasc compra as garrafas de cooperativas de catadores. Reprocessadas, 30 garrafas de refrigerante se transformam em um metro quadrado de placa. O material não-metálico custa 30% menos do que o similar de alumínio. Também ganha em durabilidade de seus concorrentes ferrosos, já que está menos sujeito à oxidação. Promovendo essa sinalização alternativa, a empresa caminha para obter a certificação ISO 14000.

De acordo com o gerente de marketing e desenvolvimento, Rodrigo Colleone, as placas PET ainda representam pequena parcela do faturamento e menos de 10% do volume vendido pela Sinasc. "Ainda há muita resistência por parte das prefeituras", diz. Apesar disso, a demanda cresce e o produto já está presente em Florianópolis e em fase de teste pelas autoridades de Curitiba.

A mais recente boa notícia que chegou para a Sinasc é que seu produto exclusivo pode, desde o mês passado, orientar motoristas, pedestres e ciclistas no Rio de Janeiro. A companhia de engenharia de tráfego carioca, que chegou ao cúmulo de registrar o furto de uma placa a 5,5m do solo em menos de 20 minutos depois de sua instalação, decidiu que aceitará as placas PET na cidade maravilhosa.

A imagem da placa aí em cima me foi enviada por André Pasqualini, cicloativista envolvido na organização da Bicicletada do Dia das Crianças, programada para amanhã mesmo, dia 12. "Garanto que será tão interessante quanto o dia sem carro", afirma André.
Thiago Guimarães
Fonte: http://planetasustentavel.abril.com.br/blog

TECNOLOGIA E INOVAÇÃO
Fábrica de Placas:
Contando com duas unidades providas de uma completa infra-estrutura para o beneficiamento das chapas e substratos para a confecção de placas, as fábricas do grupo SINASC desenvolvem pesquisas visando atender as peculiaridades de cada região do pais.
São produzidas placas com substratos de aço, alumínio, PET (tereftalato de etileno) e Composit Fiber Glass (Composto de fibra de vidro).
As placas recebem a pintura de fundo em câmara de pintura epóxi a pó, tendo a sua frente confeccionada conforme o projeto ou especificação do cliente.

http://www.sinasc.com.br/tecnologia_inovacao.htm